Eu queria que você tivesse ficado. Eu queria que você tivesse precisado de mim da mesma forma que eu precisava de ti. Queria que você também sorrisse ao lembrar da minha risada engraçada. Queria que você tivesse calado a minha boca com o teu sorriso, todas as vezes que a raiva tornou a dominar-me. Eu queria que tu tivesse me impedido de ir. Queria que tu me esperasse pelo menos pela metade do tempo que eu cheguei a te esperar. Queria que as tuas palavras tivessem sido verdadeiras e que a minha voz rouca de sono fosse a tua favorita. Queria que tu talvez tivesse chorado e lamentado-se por pelo menos um terço do que nós deixamos perder no tempo. Eu queria que tu fizesse um pouco de esforço, o mínimo que fosse, para me ter de volta. Eu queria que tu não deixasse as coisas como estão, tu sabes que não sou mais tão forte e nem tão grande como um dia fui. Sabes que não caibo mais nos espaços que cabia antes, sabes que não sou mais só sorrisos e que a minha inocência perdeu-se no meio da tua malicia. Eu só queria que tu segurasse a minha mão e me ajudasse a reunir os pedaços do nosso quebra-cabeça. Eu só queria que tu tivesse um pouco mais de vontade de lutar por mim. Eu só queria que tu não fosses aquele que foi embora.
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Alma Perdida (modificado)
Toda esta noite o rouxinol chorou, Gemeu, rezou, gritou perdidamente! Alma de rouxinol, alma da gente, Tu és, talvez, alguém que se finou! Tu és, talvez, um sonho que passou, Que se fundiu na Dor, suavemente… Talvez sejas a alma, a alma doente D’alguém que quis amar e nunca amou! Talvez sejas a causa da minha insonia, a dor que me machuca ou a paz que me conforta. E mesmo que tenhas partido ainda continua contigo meu coração! Porque tu és o inicio e o fim dessa simples canção. (Florbela Espanca) Produção de texto feita a partir do poema alma perdida de Florbela Espanca solicitada pelo prof° Luciano.
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